Preciso Aprender
05 maio
Preciso aprender algumas
perdas; já sei demais o que é ganhar. Cheguei há pouco neste reino de absurdos,
onde os últimos serão os primeiros, quem quiser algum destaque deve se esconder
ao máximo e a vida dos súditos só é possível por causa da morte do Rei.
Me
ensine o descanso; eu sei muito bem o que é estar cansada o tempo todo,
firmando a carcaça enquanto tudo por dentro ameaça desmoronar.
Me ensine o
desapego, porque me apego demais àquilo que pesa esta bagagem que não preciso
carregar e, veja só, outro absurdo: o Rei, que já carregou as dores de quem o
fez sofrer, insiste que troquemos de fardo – o D'ele é leve, ele disse.
Me ensine o desvalor das
coisas. Valorizo demais o que não tem a menor importância e isso força muitos
sorrisos que precisam dar lugar às lágrimas por quem precisa de choro sincero.
Sabe, é difícil me
acostumar a esses inversos que querem me convencer de que há força na fraqueza,
sabedoria na loucura, vida na morte. É um tiro no ego admitir que, quando não
sou absolutamente nada, aí então sou alguma coisa.
Quando não suporto me firmar
sobre os pés, então há energia para andar, que quando me perco de mim, encontro
o rumo, o sentido, a direção. Mas, de que serve o ego, se do que eu preciso
mesmo é a morte?
Por isso, por favor, me
ensine a morrer, porque viver eu já sei e as coisas que aprendi fora do seu
ensino não me levaram a bons lugares. É que eu preciso conhecer a calma que é
me aquietar, me abandonar e mergulhar na ignorância das coisas que não precisam
fazer sentido.
Eu preciso admitir que nem sempre vou saber, conhecer, explicar.
E preciso, mais do que qualquer coisa, ter a paz de descansar enquanto você, no
meu mais profundo sono, resolve todas as coisas por mim.
“Lancem sobre Ele toda a
sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês”. (1 Pedro 5:7)
1 comentários
lindona amei...
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