A Dor que dói mais.
03 junho
Boa Noite meninas e meninos. Hoje é um dia bem difícil e triste pra mim, e eu queria muito vir aqui receber o carinho que vocês me doam todos os dias nas minhas redes sociais, aqui no blog, mas a inspiração sabe, ela não está aqui hoje. Então eu resolvi postar aqui esse texto de Martha Medeiros, que fala da maior dor "A SAUDADE".
Amanhã será um novo dia e a vida, ahhh... ela tem que continuar. Leiam o texto:
Trancar o
dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um
tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói
morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é
saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já
morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma
cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos
brancos. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do
cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você
podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia
ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar
o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor
de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não
saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a
camisa que você deu.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais
compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não
saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor
de um silêncio que nada preenche.
1 comentários
Me identifiquei demais nessa postagem...
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